Arte, Cultura, Política, Solidariedade: “Bolinho de Frango com Samba”, o evento que fez a gente cantar, dançar, refletir e se unir ainda mais. Mais de 10 artistas se apresentaram. Deixaram suas marcas, suas palavras, seus ditos, seus ritmos, suas solidariedades.
DZK, Danilton Cruz e João Antônio trouxeram para nós o nosso rap, a fala e a força de quem observa e reflete a cidade e o mundo dos cantos da Cidade do Anjo.
Ari Lima e Ana, com a qualidade musical que a gente conhece, fizeram a gente cantar, dançar, celebrar… Marcaram presença, música e canto em solidariedade às crianças, jovens e mães que se uniram para construir justiça.
Fabiana Moreira, Valéria Oliveira e Cristiane Demétrio contaram histórias, cantaram e encantaram não só as crianças. Os adultos também brincaram com elas.
E para fechar a tarde musical, o Grupo Rara Estima, no melhor do samba, não só fez a gente sambar, cantar e festejar, como deixou o seu recado. Falou de Políticas Públicas, de Cultura, de Educação. Da importância de a gente investir em tudo isso. Se posicionou junto ao Quintal do Samba ao lado da Cidade Escola, ao lado das Mães da Casa Amarela, das crianças, da molecada, dando, junto a todxs os presentes, exemplos do que é construir solidariedade. Tiago Mi, ao lado do Grupo Rara Estima, também cantou e deixou sua mensagem.
O professor Rodrigo Castro Francini, ao microfone, declamou seu texto “Uma Palavrinha ao Prefeito que Amanhã não Será Mais”, mantendo o Quintal do Samba em silêncio e atento a cada “palavrona” que dirigia aos que se sentem “autoridades supremas” da Cidade do Anjo, perdidas em meio às ambições e mesquinharias que o “poder” impõe aos despreparados que o assume.
E enquanto tudo isso acontecia, as Mães da Casa Amarela, em um exemplo de força, união e organização, trabalhavam para preparar, com o carinho que apenas as mães são capazes de ter, os bolinhos de frango para o público presente. Não ficaram, porém, por aí. Pegaram o microfone, disseram a palavra, cantaram e, ao invés de serem homenageadas, homenagearam todxs nós que tivemos a alegria de estar por lá.
E em meio a tudo isso, tivemos ainda a sorte de aparecer por ali o fotógrafo Eigi Iwasaki para registrar tudo com seu olhar.
O Bolinho de Frango com Samba no Quintal do Samba foi a celebração do que aconteceu nos últimos dias. O corte de gastos promovido pela atual administração pública na infância e na juventude, fez uma multidão se unir para suprir a ausência de política pública, para suprir a ausência de inteligência administrativa na Cidade do Anjo. Mais de 100 quilos de Massa Caseira a Bolonhesa foram preparadas. Todos os mais de 100 quilos de ingredientes foram doados por são-miguelenses e não-são-miguelenses com doações vindas também de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Estados Unidos da América, e preparados por Rodolfo, Felipe e Luiz. Cerca de 750 bolinhos de frango também tiveram todos os seus ingredientes doados e preparados pelas Mães da Casa Amarela com o apoio da nossa querida Cida Fernandes. Tudo organizado pela Comissão de Solidariedade à Casa Amarela criada após a nossa ida à Câmara de Vereadores e à falta de atitude da grande maioria dos vereadores, inclusive, do Presidente da Câmara.
O pessoal se mobilizou também para confecção de camisetas personalizadas da Cidade Escola. Foi um começo de algo que seguirá. Alessandra Galvão fez suas famosas garrafas personalizadas com frases e desenhos de nossas caminhadas e doou tudo ao projeto. Mudas Nativas de Palmito Jussara foram doadas pela Paula e estavam lá, no Quintal do Samba, a venda. A equipe da Cidade Escola ainda preparou a nova edição da Revista LULJ e deixou exposta no evento. Arte, Cultura, Política, Solidariedade foi o que pautou todos esses dias de lutas, de resistência, de vontade de fazer de São Miguel Arcanjo, a Cidade do Anjo, uma cidade que faça sentido para quem caminha cotidianamente por ela. Seja em seus becos, em seus cantos, em seus centros e campos, a vida, na cidade, precisa fazer sentido para quem nela vive. E é isso que a nossa Utopia crítica e possível caminha para construir. Se para educar uma só criança é preciso de toda uma aldeia, São Miguel Arcanjo deixa aqui exemplos de que isso é possível.
Muito obrigado a todo mundo que de alguma forma fez com que tudo isso fosse possível. Nós estamos apenas começando. E como finalizou Rodrigo Castro Francini em seu texto, o povo está mais unido do que nunca. Muita força para nós!